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quarta-feira, 20 de maio de 2015

Ela cobrava muito. Ela ciumava muito. Ela exigia muito. Eu teria que escolher: ou o mundo lá fora que não cuidava de mim, mas me dava alguns prazeres diferentes, ou ela, só ela, extremamente possessiva, mas cuidadosa, zelosa e amorosa. Fiz a escolha. Fui embora. Imaginei que nenhum de nós poderia sofrer com essa decisão, pois pensava que eu amava apenas seus zelos e que ela, na verdade, não me amava de verdade, apenas amava zelar alguém.
Essa coisa de cuidar e de ser cuidado é algo sublime e devastador. 

Depois dela tive várias mulheres. Mulheres que me davam mais espaço, mais terreno, mulheres que não eram tão possessivas e eu não precisava justificar tanto. O problema é que nenhuma delas conseguia cuidar de mim tão bem, nenhuma delas se dava tão inteira como ela. Talvez o problema estivesse em mim. Eu não queria deixar esse papel para outra. Por quê?

...E ela cuidou de mim. E cuidou como jamais alguém cuidou e cuidará um dia. Nunca mais vou esquecer-me disso. Nunca mais!