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quarta-feira, 3 de junho de 2015

 Transcendência

São duas horas, escuto o silencioso barulho da madrugada. Sinto que todas abstrações do infinito jorram em mim seu curso. Nesse momento não tem presente, futuro ou passado. Sinto como que transmutado e ilimitado. Não, não tem nada que ultrapasse esse sensação de “ser”. Nesse instante, intensamente vivo. Sinto concretizar em mim o que estava nas reticências. Choro! Mas lá no fundo o som desse choro se ricocheteia e seu eco volta num estrondoso sorriso. Então, rio, rio às gargalhadas e descubro que é esse o verdadeiro riso: O eco de um choro.

Sinto nesse momento que não preciso usar disfarce, deixo claro que me libertei, me vinguei de todas as vinganças que não vinguei. Prosperei. Não existe bem- mal, angústia-paz, moral-imoral, igual-diferente. Nesse momento ultrapassei tudo, transcendi.

Sem essa de impulsos contidos. Nesse momento sou um super-homem sem ser diferente de ninguém, só não sou mais estático, vou além.

Nesse momento não sei exatamente o que estou fazendo: Externando o meu ser? Descrevendo? Só sei que transbordo todas as minhas convicções, fazendo barulho nas entrelinhas. Nesse momento os conflitos de minha insegurança lutam com a convicção de minha transcendência. O que escrevo agora é o resultado dessa luta que  não consigo reter dentro de meu ser. Estou transbordando. Pouco me importa saber se essa vazão é dissonante, sem nexo, sem poesia, mas dos meus poros exalam o que eu queria.