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sábado, 6 de junho de 2015

Quem sou eu?

Um ser humano ou um traste qualquer? Uma pessoa insensível ou apenas alguém que ainda não se tocou? Não me sei avaliar. Acho que o contraste de todas as coisas achou na minha alma, a morada. Sou alegre, sou triste, descontraído, sisudo, sou discreto, sou espalhafatoso. Sim! Todos têm um pouco disso tudo, eu sei, mas em todos uma coisa substitui a outra, não estão ao mesmo tempo, em mim eles residem simultaneamente, me privando de “ser” cada coisa integralmente. Droga! Até quando será que ficarei sufocado por pensamentos fantasmagóricos que me atordoam a todo instante?

Pensando bem, para que me auto questionar.  Para que saber o que de fato sou? Sinto-me horrivelmente infeliz porque estou terrivelmente na solidão. Eu poderia está me contradizendo nesse momento, porque sempre disse que gostava de ficar só, mas gosto da solidão que eu próprio me concedo e não essa que me foi impingida. É essa a minha maldição.

Hoje sou obrigado a crer que não sou a pureza que eu imaginava que fosse. Sou um recipiente que tem um liquido aparentemente cristalino, mas que se revela um mar de sujeira se for agitado.

Por que estou tão cheio de lama? Eu sei! Foi porque fechei num mundo particular querendo resolver um problema que deveria ser resolvido a dois. Eu sempre admirei as pessoas solitárias. Achava que elas despertavam sentimentos dignos de inveja, mas se o que elas sentem for o que sinto nesse instante, não passa de um excessivo e atormentado abandono. Pensando bem, nem um tipo de solidão dever ser bom ou invejado, todas elas devem ser terríveis e devem nos devorar pouco a pouco ou será que estou confundindo tudo?

 O que sinto agora pode não ser solidão. Esse barulho que sinto e escuto dentro de mim pode ser a agitação da dilaceração de minha alma, provocada pelo sentimento chamado remorso. Sim, com meus rigores loucos arruinei dois casamentos e me afastei do convívio direto com os meus filhos maravilhosos. Deve ser isso, ninguém se sente solitário quando tem a consciência tranqüila. Como é possível meu Deus, eu com tanto amor dentro de mim e não conseguiu fazer ninguém feliz? Será que tenho nos lábios o sabor do beijo do amor e nos mesmos lábios o sopro que apaga a chama desse amor? Ou o que chamo de amor não passa de arrebatamentos desencontrados? Será que eu não vou ter mais coragem de realizar nas pessoas os meus ímpetos, excessos e meus desejos, mesmo quando eu tiver a certeza de me ver interiorizado nelas? Choro nos meus pensamentos, não porque estou só, porque agora tenho certeza que a perfeita aliança do que eu queria, não existe, e não aprendi e não aprenderei a me conformar a persistir num relacionamento que não se associa com um grande amor.